Por Fábio Cavalcanti
Após um curto período de menos de 1 ano e meio, o Audioslave lança "Revelations", sucessor ao "Out Of Exile" (2005). Os integrantes haviam prometido um álbum mais "rocker" que o seu antecessor, e graças ao Deus do rock 'n' roll, tal promessa foi cumprida com louvor! Além deste ser o álbum mais agitado do Audioslave até agora, também tem tudo para ser considerado o melhor álbum da banda por boa parte dos fãs.
O Audioslave sempre teve como característica musical a divisão do seu estilo entre um lado mais "rock 'n' roll/cru/riffado" (que chega a lembrar muito o rock clássico setentista) e um lado mais "melódico/baladeiro/alternativo" (que chega a lembrar muito do rock "deprê" dos anos 90 pra cá). No seu álbum de estréia ("Audioslave", de 2002), tal divisão se mostrava bem meio-a-meio. No "Out Of Exile", o lado baladeiro ocupou um espaço um pouco maior. Em "Revelations", a banda estabeleceu novamente o equilíbrio, através de uma dose maior de rock 'n' roll, misturada com um pouco de bom funk.
Os riffs de Tom Morello incendeiam o álbum todo, lembrando o que o Rage Against The Machine poderia ter sido, se não tivesse um som voltado para o hip-hop (ou algo do tipo). Quanto a Chris Cornell, voltamos a lembrar que ele veio do Soundgarden, e não de uma carreira solo um tanto alternativa. Sim, as comparações são inevitáveis. Mas e daí? O que importa é a boa música, que flui ao longo do disco. Sem contar a evolução nas letras, mais ousadas dessa vez.
É uma porrada atrás de outra: "Revelations", "One And The Same", "Sound Of A Gun", "Somedays", "Shape Of Things To Come", "Jewel Of The Summertime", e a esquisita (mas muito boa) "Broken City". Quase todas lembram o Audioslave que os fãs de rock clássico esperaram predominar em mais músicas, e com bastante "suingue" com influências de funk clássico. A melhor delas é "Original Fire", primeiro single do álbum. E para os fãs de "Like A Stone" e "Be Yourself", a parente mais próxima delas neste álbum é "Wide Awake", que com certeza será um grande sucesso em breve.
Mas como nem tudo são rosas, a banda continua pecando nos atos finais dos seus álbuns, reservando sequências de baladas pra fechar seus discos. Aqui não é diferente dos 2 primeiros álbuns. Basta ouvir as duas últimas faixas: Nothing Left To Say But Goodbye e Moth. Tudo bem que são baladas bem roqueiras, no padrão do álbum, mas ainda assim são baladas concentradas no final.
No final das contas, os fãs do lado melódico do Audioslave podem não gostar de "Revelations", visto que sua homogeneidade geral talvez faça dele o mais repetitivo da banda. Mas, considerando o foco baladeiro do "Out Of Exile", tal dose de agitação extra se tornou necessária aqui. Então, pode-se dizer que tais álbuns "se completam", e poderão se tornar clássicos com o tempo, cada um do seu jeito.
Nota: 9
Faixas:
1. Revelations
2. One And The Same
3. Sound Of A Gun
4. Until We Fall
5. Original Fire
6. Broken City
7. Somedays
8. Shape Of Things To Come
9. Jewel Of The Summertime
10. Wide Awake
11. Nothing Left To Say But Goodbye
12. Moth
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